Roma

Depois de cinco anos morando no norte da Italia, finalmente fui a Roma.

Em Porto Alegre

Desde o dia 3 de dezembro estou em Porto Alegre para acompanhar o tratamento medico que meu pai esta fazendo em um hopital da cidade. A primeira parte ja passou e
ele agora esta recuperando suas forcas e recebendo o sangue de quem tem sobrando, pois o dele precisa de reforcos.
As visitas são restritas e o número de pessoas que demonstram solidariedade e
carinho vão muito além do número permitido no quarto. Para essas pessoas eu dedico os meus sinceros agradecimentos e
parte do meu processo de amadurecimento pois me espelho em muitas de suas atitudes para me transformar em um ser
melhor. Agradeco também aos doadores de sangue que, entre amigos, parentes, conhecidos e anônimos, se manifestaram
numerosos. Outros ainda virão e serão necessários. Paz a todos

Conservatório

A semana que passou foi oficialmente a semana de inicio das aulas do conservatório. Eu e meus colegas nos reunimos na quarta-feira com o professor de composição para definir algumas coisas, visto que ele não poderá ministrar o curso este ano (provavelmente nem o outro). Com grandes chances o substituto é competente, mas dele não se sabe nada, nem seu nome. O caso é que, apesar de parecer o contrario, em uma classe de composiçao nao sao todos os professores capazes de ensinar a escrever. Pelo ministério, basta que o aluno escreva formas musicais praticadas 200 anos atras mesmo que nao tenha escrito nada de "contemporâneo". De "comtemporaneo", meu ex-professor Sandro Gorli é um sinonimo, escrevendo sempre e executando sempre a musica dos nossos tempos (esse é um dos motivos pelo qual nos abandona). Eu decidi nao esperar e procurei um dos maestros que ele aconselhou, pois tenho mais um ano para exercitar-me pra prova de conclusão de mais uma fase, o curso médio de composição, por isso preciso de alguém que continue a ensinar-me a escrever musica contemporânea e de 200 anos atrás.

Dirigindo-me para a sala (ex-minha sala), passei pelo mural de avisos e vi que a prova do triennio jazz selecionou um guitarrista pro triennio e um pro biennio (especializaçao) dos 25. O meu nome estava mais em baixo, junto com alguns poucos em lista de espera. Mas nao tem esperanças para nos, pelo menos a honra ta salva, meu nome ta ali.

Paz!

"Esame Triennio"

Sexta-feira e Sábado passados fiz a tão esperada prova pro "triennio Jazz" do Conservatorio de Milão. Na Sexta a prova era escrita, com questões pertinentes à Historia do jazz e também com perguntas elementares sobre harmonia e analise. Neste mesmo dia, um dos professores da catedra anunciou que este ano, a exemplo do ano passado, o problema maior eram os guitarristas. Eram muitos pra poucas vagas. Nao é aquele comentário "terroristico" de corredor que tanto assustam os concorrentes. Esse era partido do professor, e espontaneamente. O pior foi saber que bastava apresentar alguns standards de jazz, tocar o tema e improvisar, tudo isso com o comodo acompanhamento de um baixo e uma bateria, coisa que eu, bem ou mal, ja fiz bastante na vida. Muito diferente do Tom Jobim solo que estava preparando, onde tudo estava nas minhas mãos, mãos inexperientes nesse tipo de abordagem.
No sabado, dia da prova pratica, o nervosismo bateu. Apesar de ver que muitos eram mal preparados, tinham muitos que disputavam a minha vaga. Eu iniciei com um blues em Bb, tentando traduzir aquilo que sei de blues em linguagem jazz. A coisa fluiu discretamente, foi tudo improvisado; nem um tema eu tinha. O melhor seria prosseguir nesta linha, propondo uma outra "leitura", mesmo que improvisada. Nao! Eu disse: "Agora farei um meu arranjo pra guitarra solo de Tom Jobim, 'Eu sei que vou te amar'. Comecei, nervoso, me perdi, voltei, viajei, nao cantei com a guitarra. Em suma, me senti o pior dos guitarristas. Até a minha leitura a primeira vista me pareceu melhor. Nao crio problemas com nao passar na prova, nem por ver que tem muita gente mais preparada que eu, mas tocar mal... essa nao! A pior sensaçao foi a de ter mostrado um outro eu, incapaz de fazer musica, incapaz de mostrar que pode fazer muito mais do que fez.
Enfim, ultrapassei de longe aquele limiar de frustraçao diante uma banca examinadora. E' obvio que todos passamos por isso algum dia. Nem mesmo as palavras de minha esposa me consolaram: "...é a primeira vez, isso acontece, faz pouco tempo que estudas este repertorio" BLAH!!! A verdade é que eu queria arrasar naquele dia. Paciencia, agora é aguardar o resultado pois os examinadores podem enlouquecer e ver alem dos resultados. Ver o potencial.

Paz ao guitarristas!

Show alla Fnac

Ontem eu e Priscila almoçamos mais ou menos às 13 horas. Pouco depois eu estava no trem pra Milão, direto à Fnac, uma grande loja de discos e eletronica daqui. A passagem de som, "pra variar" com muito atraso, foi desfalcada de um importante componente, Enrico, preso no difícil tráfego da cidade, que com a chuva de ontem 'chutou o balde'.
O show que promovia o Cd de Dario Serafino começou obviamente com atraso. Apesar disso, tudo procedeu bem, com feelling e groove, essenciais para a musica soul. Em especial o funk de "chi sei", que deu um otimo crescendo pra musica. Nem imaginava que podiamos arrebentar daquele jeito.
A nossa formação:

• Dario Serafino-vocals
• Veronica Sbergia-backing vocals
• Enrico Caruso-teclados
• Paulo Zanol-guitarra
• Massimo Ielmini-bateria
• Raffaele Bali-Baixo

Paz!

Visita esperada

Quem diria que finalmente meu grande amigo dos tempos da faculcade de Medicina em Porto Alegre me faria uma esperada visita, aqui na Italia. Tipico do Fernando: fiquei sabendo da sua chegada alguns dias antes e ele assim como veio ja se foi tentando bater todos os recordes de velocidade na categoria "volta ao mundo". Foi importante mostrar a ele como se vive por aqui, mesmo sabendo que a vida nao é uma janta, um café, uma pizza, um aperitivo e uma despedida. Mas de todas as nossas conversas, aquelas que falam de "vida" concluem que a mesma se alimenta de contato e silencio, mais que de cameras e ansiedade. Inevitaveis os papos sobre saudades de familiares e amigos e como fazemos, com tantos teclados e cameras, pra diminuir as distancias. Mas nem tudo foi profundo e filosofico, saimos pra tomar uma cervejinha, quase como nos velhos tempos, falamos bobagem e tal.

Voltando de Milao, ja em Novara, pegamos a maior chuva para completar a noite. Hoje pela manha a chuva nao tinha dado tregua: é o outono anunciando um inverno precoce? De qualquer maneira, contra o frio eu tenho o melhor cobertor que um homem pode desejar: minha esposa.

Paz para todos!

Depois de um mes...

Apos um mes abumdante sem atualizaçoes, nao creio conseguir falar do que passou. Algumas coisas marcantes em uma vida, mas ainda nao somos intimos o bastante para que eu fale delas.

Quanto aos fatos de quotidiano, sigo em frente com a guitarra, quinta tem show e com a energia de todos voces alguns alunos novos se tornarao efetivos.

Paz aos que estao lendo!

Guitarra

Agora que decidi, depois de uma vida, ser um guitarrista, vejo o quao dificil é aprender truques novos depois de velho. Nunca me considerei um mal musico ou coisa parecida, mas isso foi até eu resolver estudar. No final de setembro tenho uma prova de ingresso para a universidade de jazz aqui na Italia e nao sei minimamente o que esperar dessa avaliaçao. Nao sei se o programa que preparei é otimo ou insuficiente (me refiro à execuçao pois Jobim nao esta em discussao). Talvez a minha teimosia em apresentar um arranjo meu, com todo o sentimento e insegurança do mundo, esteja me atrapalhando.
Sinceramente penso de conseguir... afinal, um velho cao nao pode ser abandonado assim. Nos temos direitos!!!!!!
Paz aos que leem!

Ancora aperitivo

Ancora aperitivo. Questa volta ci siamo riuniti per salutare il compagno Rodrigo che torna in definitivo in Messico. Purtroppo in tanti hanno dato buca. Lui addirittura non è venuto. Lo capisco, doveva partire da li ha otto, nove ore più o meno.

Dia Mundial do Rock

Quando li que dia 13, hoje, era o "Dia Mundial do Rock", foi inevitavel pensar o obvio: todo dia é dia do Rock. E' uma especie de dia da conciencia rock, que me fez ouvir hoje Leon Russell, Eric Clapton, Dylan e outros que estavam em algum lugar escondidos.

Nao tenho muito mais a dizer sobre isso, mas repito: "todo dia é dia do/de rock"